Em fuga
O suor escorre-lhe pelas costas. A respiração é ofegante e o coração bate descompassado e acelerado. Os músculos das pernas estão tensos como arame. As mãos agarram firmemente as rédeas. O olhar vigilante procura em cada trilho uma hipótese de fuga.
Atrás dele, os capangas do xerife procuram-no para o levar directamente para a forca. Num assalto mal preparado à dillgência, viu-se obrigado a matar à queima-roupa e traiçoeiramente, o condutor da mesma.
Há três dias que foge. Pouco ou nada tem comido. Resta-lhe saciar a sede em cada riacho que atravessa. A sua montada está no limite das suas forças. Tem as orelhas baixas e as patas tremem ante o esforço que lhe foi exigido. As narinas estão dilatadas e custa-lhe recuperar o fôlego.
Para piorar as coisas, acabaram de entrar em território índio. Já se ouvem os seus batuques e tambores e sente-se o cheiro de carne a assar. Provavelmente acabaram de matar um búfalo e estão a aproveitar cada bocadinho do animal, num ritual ancestral, que mistura sacrifío com agradecimento, aos espíritos que lhes permitem sobreviver.
Se não redobrar a atenção, o mais provável é ser caçado por algum sentinela índio. Entre a forca ou ficar sem o escalpe, os cenários disponíveis são pouco amigáveis...