Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
Apesar de cedo, o sol é já inclemente e a caravana avança tenazmente pelas areias douradas do deserto.
É uma vida de aventura, esta de ser nómada no deserto. Na caravana, os companheiros são sempre diferentes: aos comerciantes mais ou menos fixos, juntam-se aqueles que procuram companhia para viajar e alguns aventureiros que sonham conhecer o mundo.
O caminho nem sempre é igual, pois as dunas mudam frequentemente de forma e local. Muitas vezes são os animais que guiam o caminho, levados por um instinto e reconhecendo indícios que já poucos humanos conhecem.
O ritmo é marcado pelos passos dos camelos, únicos na caravana verdadeiramente adaptados a este bioma e por isso, profundamente respeitados.
A rota muda frequentemente, de acordo com as necessidades das aldeias e da localização dos oásis.
A rotina apenas se sente ao caminhar, ao montar e desmontar o acampamento e ao assistir todos os dias ao nascer e ao pôr-do-sol!
Não tarda, a Primavera chegará e o gelo que cobre o rio desaparecerá sob o calor da nova estação.
Em breve a tribo poderá pescar novamente e abandonar por mais uns meses a dieta de peixe fumado a que agora estão limitados.
Os homens deitam braços e forças ao trabalho, pois construir uma nova canoa para a tribo leva muitas horas de trabalho. O trabalho vai adiantado e animado por uns raios de sol que timidamente se estendem por entre as nuvens.
A neve acumulada no Inverno já derreteu quase na totalidade. Os agasalhos de Inverno já não são usados e a vida da tribo decorre agora maioritariamente na rua.
As mulheres já instalaram a cozinha na rua e esforçam-se para inovar as refeições. Lutam todos os dias com a escassez de produtos característica do fim do Inverno e mal podem esperar pela Primavera que trará os frutos selvagens e as ervas aromáticas.
Não foram fáceis as duas últimas horas repletas de vagas absolutamente gigantescas e debaixo de um dilúvio como há muito não se via.
Não fosse a experiência de anos de mar do ex-pirata Roberto, e as coisas não teriam corrido nada bem.
Roberto é um pirata desertor, se é que lhe podemos chamar isso. Depois de anos de motins, saques, batalhas e abordagens, muito rum, raparigas e portos de que já nem se lembra, Roberto cansou-se e abandou a tão afamada vida de pirata.
Espera agora que bons ventos o levem a um porto, onde em tempos se perdeu nos braços de uma rapariga de pele escura, longos cabelos pretos e olhos amendoados!
À saída do castelo do reino vizinho, os corações de todos batem ainda descompassadamente, mas a sua missão foi cumprida!
As negociações fora difíceis. A tarde fora longa e a noite deixou todos exaustos pois foi preciso delinear um plano de contra-ataque, secreto como mais nenhum, pois só assim poderá ser levado a bom porto.
O dia amanhecera claro, prenúncio de um êxito que se espera vir a ser concretizado. A caminho de casa, a escolta real segue agora um pouco mais leve, pois conseguiram mais uma vez manter a paz entre os reinos!
Cansado depois de mais um plano coroado de sucesso, Robin Hood é recebido com um olhar doce e um sorriso profundo.
A sopa preparada por Lady Marion com um carinho especial está uma verdadeira delícia e trocaram-se olhares intensos de respeito e admiração mútuos.
Finda a refeição, colocando de parte as armas, Robin toma suavemente a mão de Lady Marion. Caminham lado a lado em silêncio, até ao coração da floresta. Os seus habitantes dizem que o seu coração é de cristal, pois mesmo no meio, a floresta, possui uma nascente de água cristalina e uma pequena cascata, onde todos celebram os momentos mais especiais que vivem nestes tempos difíceis.
É pois, no coração de cristal da floresta, que Robin se ajoelha aos pés de Marion e lhe confessa o seu amor.
Eles que venham nos seus esquifes malcheirosos, esses piratas sem eira nem beira! Desta vez correremos com eles a chumbo fundido, que é para verem se não voltam a pôr os pés no nosso paraíso de águas azul-turquesa.
Eles que venham que temos uma surpresa bem quente preparada especialmente para eles! AH AH AH
Os cavaleiros da águia preta escoltam a rainha Madalena numa missão secreta ao reino vizinho.
Os inimigos do rei, seu irmão, preparam-se para cometer um atentado contra a sua vida e todos sabem que estes esperam obter abrigo no reino vizinho, fazendo-se passar por corajosos justiceiros.
A missão é delicada: convencer o rei de que o plano destes mafarricos em nada benefeciará qualquer dos reinos que coexistem em paz há várias gerações.
O caminho não é longo e o cenário é praticamente perfeito, neste dia de fim de Primavera, no entanto, o grupo segue silencioso de coração apertado, esperando que a sua missão se concretize com êxito!
Depois de uma arrojada operação, que incluiu uma longa perseguição e uma bem engendrada e melhor sucedida emboscada, Robin e os amigos conseguiram desviar dos cofres do Xerife, muitas moedas de ouro.
Agora, bem escondidos nas profundezas da floresta, festejam o êxito, mal acreditando no seu sucesso.
Têm agora uma bem mais difícil tarefa: repartir com justiça entre aqueles que mais precisam, o produto do roubo.
O pequeno João ficará com algumas moedas, pois irá ao mercado do condado vizinho comprar alguns animais. São várias as famílias que têm por abrigo as copas frondosas da floresta e já ninguém suporta comer mais estufado de cogumelos. É preciso comprar galinhas, 2 cabras, 1 porco e 1 leitão, de modo a obter provisões para todos.
Nos tempos difíceis que correm, hoje ouve-se cantar na Floresta de Sherwood!