Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
Finalmente chegou o fim do mês de Junho e com ele os preparativos para embarcar na velha composição a vapor em direcção ao centro do país, num vagar que há muito deixou de sentir quem vive na cidade.
Mal se entra na carruagem e depois de arrumadas as bagagens, logo após terem tomado os respectivos lugares e lançado o olhar pela janela, o tempo começa a escorrer devagar, quase como se andasse para trás. Respira-se mais profundamente e o ritmo do coração reduz progressivamente.
Quanto menos casas se vão avistando, mais se sente o poder da natureza e o pulsar da terra, lutando para sobreviver a mais uma estrada, a mais uma urbanização, a mais uma indústria. Os campos ganham força país adentro, reivindicando o seu espaço.
A primeira semana de Julho é de festa na aldeia e ninguém falta à tradição. E a tradição começa com a viagem de comboio.
Hoje o dia não é de lazer. O mergulho que está a ser preparado faz parte da campanha subaquática: "Fortuna".
Afundado nestas águas por piratas ao regressar a casa, o galeão espanhol Fortuna, vinha do México, recheado de ouro e pedras preciosas.
A bordo vinha também um dos principais responsáveis pelo êxito da conquista espanhola, que tinha por missão informar tudo quanto se estava a passar ao rei de Espanha. Trazia consigo mapas pormenorizados nos locais onde abundava o ouro e registos muito completos do que até ali já havia sido angariado para a Coroa.
É esta a missão de hoje: localizar o cofre onde estariam encerrados estes importantes documentos e fazer figas para que este se tenha mantido estanque ao fim de tanto tempo debaixo de água.
A aldeia não fica longe do moinho do Jonas. Aliás, o percurso é até bastante agradável, pois pode fazer-se ao longo do rio. Este é o caminho preferido do burro Jeremias. Há tantos anos que o Jeremias transporta para a aldeia as sacas carregadinhas de farinha acabada de moer, que já sabe o caminho de cor. E se o deixarem, ele prefere o caminho junto ao rio, do que o caminho pela estrada.
A farinha vai directamente para as mãos da Elisa, a padeira da aldeia, que se encarrega de a trabalhar e de a transformar em pão e bolinhos deliciosos. Depois de descarregar a farinha, oferece ao Jeremias água fresca e palha abundante. Assim que termina a refeição, o Jeremias volta para o moinho, zurrando contente.
É frequente a Elisa ir visitar o Jonas ao seu moinho. Leva-lhe pão com queijo e uns bolinhos de erva-doce que sabe que ele gosta. Se ele tem tempo, sentam-se um pouco junto ao rio a saborear a pequena refeição. Se ele está atarefado, ela conta-lhe as notícias da aldeia e o sermão do padre e regressa pouco depois, deixando-o a trabalhar.
O dia hoje foi de intensa alegria:o aniversário do Joel foi fantástico!
O kart a pedais fez as delícias de todos e até as meninas participaram na brincadeira. Claro que elas só se aproximaram quando eles deixaram de brincar às corridas e às velocidades, o que só aconteceu depois de 2 cotovelos esfolados e vários pés pisados pelas rodas do veículo.
O pai do Joel, cheio de paciência, lá lhes sugeriu que construissem uma gincana e assim, à vez, todos poderiam andar no kart, tentando ultrapassar todos os obstáculos. Por momentos, e até o percurso da gincana ter ficado concluído, o kart ficou votado ao abandono. Mas assim que os primeiros fizeram o percurso, as meninas foram-se aproximando, até que a Joana pediu para tentar. Foi um sucesso tal, que todas as outras quiseram também experimentar.
Organizaram-se equipas e as respectivas claques e gritaram-se palavras de incentivo a tarde inteira.
Jean-Paul e Luc concretizaram hoje um projecto que começou a tomar forma há vários anos atrás: circum-navegaram o globo no Mer_Bleu.
Amigos desde os primeiros anos de escola, tornaram-se inseparáveis ao descobrirem a mesma paixão pelo oceano. Juntos começaram a velejar e em conjunto planearam este projecto.
O Mer_Bleu foi comprado em muito mau estado e recuperado ao sabor dos trabalhos de Verão que os amigos ainda adolescentes arranjavam. A pouco e pouco, o Mer_Bleu deixou de ser uma velha barcaça, para se tornar num belo veleiro lustroso e imponente.
A vida profissional de sucesso que têm devem-na à vontade de angariar fundos para a grande aventura: a circum-navegação do globo. São ambos reconhidos nos respectivos locais de trabalho como persistentes, empenhados e sérios.
Hoje foi o culminar deste projecto. A circum-navegação foi concluída com êxito, com muitas aventuras vividas em conjunto. Hoje é dia de celebrar!
O Jardim Botânico encheu-se de vida com a alegria da pequenada que por ali veio comemorar o dia da criança. O ar encheu-se de gritos, risos e passos apressados a brincar à sirumba, à macaca, às escondidas e a inventar gincanas.
Foi um dia interdito a telemóveis, iphones, tablets, mp3 ou 4 e outros zingarelhos que tais. À entrada do jardim, muitas foram as caras tristes daqueles que acharam que não se iriam divertir sem esses objectos. Muitos não sabiam onde pôr as mãos e outros rebuscavam sem parar os bolsos, num gesto viciado de quem vê se tem uma nova mensagem ou um toque a retribuir.
A primeira hora custou a todos. Pareciam baratas tontas sem saber o que fazer. Ao fim de algum tempo, as meninas começaram a rabiscar uns traços no chão e os meninos foram explorar os recantos do jardim. Já a manhã ía avançada quando por fim se os grupos se organizaram naturalmente e jogaram entusiasticamente, definindo regras, distribuindo-se por equipas e dando largas à imaginação para criarem os objectos que precisavam com o que estava disponível no parque: areia, pedras, tronco e folhas.
Ninguém quis parar de jogar para almoçar e só a promessa de um gelado para sobremesa os fez parar o tempo suficiente para engolirem esfomeados o almoço.
No fim do dia ouve joelhos esfolados e roupa muito suja e com alguns rasgões, mas grandes sorrisos espelhados nos rostos dos participantes deste dia. E foram poucos os que se lembraram de pedir à saída os gadgets lá deixados pela manhã.
A Maria, a Matilde ea Mariana são três amigas que cresceram pelos corredores do Centro Hípico Sela Dourada. Por ali aprenderam a montar, a tratar dos cavalos e a deixar os arreios num brinco. Aprenderam dressage, a saltar e até competiram no circuito nacional. Aqui tiveram a sua primeira paixão pelo equitador, pelo filho do dono do centro e pelo rapaz que tratava dos estábulos dos animais, respectivamente.
Apesar dos rumos diferentes que cada uma seguiu, a Maria engenharia, a Matilde arqueologia e a Mariana empresária por conta própria, continuam a reservar o último sábado de cada mês para passarem o dia no Centro e não dispensam um passeio matinal para colocar a conversa em dia.
Apesar de atarefadas, a amizade entre elas e pelos animais persiste e permanecerá para a geração seguinte, pois os gémeos Miguel e Rafael e a Alice, filhos da Maria e da Matilde respectivamente, são já clientes assíduos do Sela Dourada.