Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.
O pai só raramente acertava na filha certa, até que optou por tratá-las sempre por "filha", para evitar embaraços.
Quando se soube que a Alice seria mãe de gémeos, todos tiveram a certeza de que seriam idênticos. A notícia de novos gémeos da Sofia, apenas um mês depois, deixou a família morta de curiosidade para conhecer estes novos rostinhos. E surgiram então 4 pequenotes tão parecidos que parecem todos irmãos.
Sempre que saem todos juntos, são abordados por toda a gente na rua que acha esta família o máximo.
Não têm por hábito vestir-se de igual, mas hoje para a fotografia acharam engraçado fazê-lo. Não são mesmo parecidos?
- Bom dia moço! Nem sabe o que me aconteceu. Este dia tem sido para esquecer...
- Bom dia....
- Nem me diga nada. Desde manhã que nada me corre bem. Já troquei de roupa duas vezes, uma porque entornei o frasco de perfume para cima de mim e outra porque me lambuzei de manteiga quando o prato das torradas veio aterrar no meu colo. Da primeira vez parecia uma doninha da channel, da segunda parecia a mãe de um rancho de cinco filhos ranhosos.
- Pois, imagino...
- Não imagina nada. Isso foi só o princípio. Mal saí de casa dou de caras com o o funcionário da água, que me vinha cortar a água por engano. Foram 45minutos de telefonemas e explicações para o encarregado, para o supervisor, para o chefe e para o director. Nem queira saber a trabalheira!
- Ah pois...
- E não bastava tudo isto, o estroina do meu marido não colocou combustível no carro, tal como lhe pedi e olhe a caminho do trabalho, lá fiquei empancada. Ainda agora é meio da manhã e parece que já vivi três dias.
- Isto por aqui até tem estado calmo...
- Olhe sorte a sua. Faz favor avie-me uns litros de gasóleo primium super.
A tarde está bonita e avó e neto dirigiram-se ao parque ao pé de casa, para passarem algum tempo a aproveitar o dia.
Bernardo entreteve-se a brincar com alguns amiguinhos que por lá apareceram. Andaram de baloiço e de escorrega. Treparam às árvores e andaram à caça de lagartixas que libertavam logo a seguir.
Entretanto a avó, vigiava todas estas tropelias, de livro na mão e sorriso no rosto. Outras avós por ali cirandavam como habitualmente e houve ainda tempo para colocar em dia as novidades do bairro: a vizinha da rua de trás que tinha um carro novo, o neto da D. Francisca que tinha tido as melhores notas da escola, o banco que está em risco de fechar, por falta de clientes e a quantidade de raspadinhas que o Joca, reformado e pescador amador adquire diariamente na papelaria.
Claro que o apetite é uma coisa que aumenta tanto mais sol e brincadeiras houver, por isso não tardou a que fosse necessário recorrer ao lanche preparado pela avó. Alguns gaiatos correram a casa para trazer alguma iguaria e num instante estava montado um valente piquenique no jardim, onde cada um partilhou um bocadinho e todos comeram um pouco de tudo. As gargalhadas que ainda há pouco se ouviam, foram momentaneamente interrompidas pelo silêncio de um lanche partilhado.
As férias dão-nos a oportunidade de concretizar grandes projectos, por isso, miúdos e graúdos anseiam tanto por elas.
O Tio Paulo reuniu os sobrinhos e organizou um grande passeio a cavalo pela floresta, o seu local de trabalho, seguido de alguns dias a acampar. Os garotos mal conseguiram conter a excitação nos últimos dias de aulas e agora que a aventura está prestes a começar, não cabem em si de contentes.
Aguardam-nos alguns dias de muita aventura e diversão, pois o Tio Paulo conhece o melhor sítio para acampar, a melhor parte do rio para nadar e o local onde se escondem os lobos, que todos imploraram para ver. Levam as mochilas cheias de mantimentos e algumas guloseimas e mal podem esperar por estarem à volta da fogueira logo à noite a devorar um chouriço assado.
POr uns dias, o carpinteiro da corte deixou de lado as reparações do costume e dedicou-se a produzir um novo boneco de exercícios para os cavaleiros. A montanha de objectos e utensílios para reparar triplicou de tamanho nesses dias, mas este novo projecto foi de facto muito mais aliciante do que a rotineira tarefa de reparar bancos, mesas, cadeiras ou colheres de pau.
Havia algum tempo que os cavaleiros se queixavam que até com um sopro seriam capazes de desfazer o boneco que tinham. Preso por fios e com fracturas múltiplas, o pobre objecto tinha treinado os pais dos actuais cavaleiros, pelo que a sua reforma era de facto urgente. O rei, pouco preocupado com esses assuntos em tempos de paz, ainda não tinha acedido aos inúmeros pedidos dos cavaleiros. No entanto, certo dia, em que passeava pelo castelo com o seu herdeiro de tenra idade, desafiou-o a atacar o dito boneco. E o petiz, com a sua minúscula espada de pau em riste, desmantelou-o em menos de nada. Findo o passeio, o rei mandou chamar os seus cavaleiros para que lhe apresentassem o seu projecto.
E os cavaleiros esmeraram-se. Desenharam o que pretendiam, mas para concretizarem as suas ideias, precisavam da ajuda do carpinteiro real. O rei gostou da ideia apresentada e autorizou-os a servirem-se dos préstimos do carpinteiro. Os rabiscos, de pouco serviram ao artífice, que ainda passou 2 dias de volta do projecto, de modo a conseguir que o boneco se mantivesse em pé. E um mês depois, o projecto está concluído. Hoje é dia de o experimentar!