Um dia no jardim botânico
O Jardim Botânico encheu-se de vida com a alegria da pequenada que por ali veio comemorar o dia da criança. O ar encheu-se de gritos, risos e passos apressados a brincar à sirumba, à macaca, às escondidas e a inventar gincanas.
Foi um dia interdito a telemóveis, iphones, tablets, mp3 ou 4 e outros zingarelhos que tais. À entrada do jardim, muitas foram as caras tristes daqueles que acharam que não se iriam divertir sem esses objectos. Muitos não sabiam onde pôr as mãos e outros rebuscavam sem parar os bolsos, num gesto viciado de quem vê se tem uma nova mensagem ou um toque a retribuir.
A primeira hora custou a todos. Pareciam baratas tontas sem saber o que fazer. Ao fim de algum tempo, as meninas começaram a rabiscar uns traços no chão e os meninos foram explorar os recantos do jardim. Já a manhã ía avançada quando por fim se os grupos se organizaram naturalmente e jogaram entusiasticamente, definindo regras, distribuindo-se por equipas e dando largas à imaginação para criarem os objectos que precisavam com o que estava disponível no parque: areia, pedras, tronco e folhas.
Ninguém quis parar de jogar para almoçar e só a promessa de um gelado para sobremesa os fez parar o tempo suficiente para engolirem esfomeados o almoço.
No fim do dia ouve joelhos esfolados e roupa muito suja e com alguns rasgões, mas grandes sorrisos espelhados nos rostos dos participantes deste dia. E foram poucos os que se lembraram de pedir à saída os gadgets lá deixados pela manhã.