Na estação
Finalmente chegou o fim do mês de Junho e com ele os preparativos para embarcar na velha composição a vapor em direcção ao centro do país, num vagar que há muito deixou de sentir quem vive na cidade.
Mal se entra na carruagem e depois de arrumadas as bagagens, logo após terem tomado os respectivos lugares e lançado o olhar pela janela, o tempo começa a escorrer devagar, quase como se andasse para trás. Respira-se mais profundamente e o ritmo do coração reduz progressivamente.
Quanto menos casas se vão avistando, mais se sente o poder da natureza e o pulsar da terra, lutando para sobreviver a mais uma estrada, a mais uma urbanização, a mais uma indústria. Os campos ganham força país adentro, reivindicando o seu espaço.
A primeira semana de Julho é de festa na aldeia e ninguém falta à tradição. E a tradição começa com a viagem de comboio.