Irei onde fores
A pequena Bia nasceu há dias. Bate-lhe no pequeno peito um coração livre: mal se tinha nas pequenas patas e já explorava os limites do território. Com pequenas marradas a mãe tentava em vão mantê-la em segurança, mas a Bia teimava em afastar-se mais e mais.
Foi dos elementos mais novos do rebanho a seguir a sua mãe para o pasto, e quando outros pequenotes ganhavam ainda confiança para trepar, já ela partilhava com a sua mãe a erva mais fresca dos topos mais elevados.
A pequena Bia é destemida, mas são os passos seguros e experientes da sua mãe que lhe indicam o caminho. É ela que lhe mostra em que pedras pode confiar e qual o melhor acesso à erva mais suculenta. A cabrita confia na sua mãe. De olhitos postos nela, trepa com a certeza de que o amor de mãe a protegerá para sempre. A mãe incentiva-a, chamando-a quando esta fica para trás atrapalhada, nalgum troço mais complicado. Por vezes volta a trás uns passos, para que a Bia possa ver como ultrapassar certos obstáculos. E ela lá vai superando cada escolho e conquistando cada topo mais difícil que o anterior. E as duas berram contentes com cada uma destas conquistas!