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Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.

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Estas pequenas figuras foram os heróis da minha infância. Os clicks valeram-me horas de brincadeiras partilhadas com os amigos lá da rua. Estiveram vários anos encaixotados. Hoje são um legado para a minha filha.

O colo da minha avó | My grandmother's lap

20200726_181130

É uma das minhas mais doces memórias de infância: o colo da minha avó.

Naquele colo aprendi a fazer crochet, comi laranjas sem fim, junto à lareira no Inverno e bebi tantas canecas de leite condensado com café, quase tantas, como de copos de refresco de groselha no Verão, que ela me preparava.

No colo dela, tanto cabia eu, como uma braçada de batatas acabadas de colher na horta, uma galinha pronta para ser depenada, ou um dos miúdos ranhosos da rua, criados descalços e sozinhos por ali. Tantas vezes a vi consolar algum, com uma festa na cara imunda, um bocadinho de colo, ou simplesmente ao lhes encher mãos e bolsos, com fruta, batatas ou pão, o que houvesse à mão.

O tempo da minha avó era mágico: havia tempo de sobra para mim e para me ensinar que se deve juntar uma pitada de sal ao bater as claras em castelo, ou como se cortam as couves para o caldo verde bem fininhas. Mas também havia tempo para a Santa Rita de quem era fiel devota. Todos os dias passava na igreja para ajeitar a sua imagem preferida: ora levava flores frescas, ora lhe passava um pano para lhe limpar o pó, ora simplesmente se sentada em adoração e oração. No tempo da minha avó havia sempre espaço para ajudar a nascer um bezerro de um vizinho, para ajudar a preparar o enxoval da neta de uma prima, ou para vestir pela última vez algum familiar mais ou menos distante, acabado de falecer.

As mãos da minha avó eram robustas e estavam sempre cobertas de calos, cortes e arranhões, que eram espelho da vida atarefada que levada. Mas, o colo da minha avó era macio, suave e quente. O colo da minha avó era feito de amor, de vida e de paz.

 

 

It’s one of my sweetest child memories: my grandmother’s lap.

There i learn to sew, i ate só many oranges sitting by the fireplace on winter time and drank só many cups of condensed milk with coffee and almost as many glasses of gooseberry juice that she used to prepare me in the summer.

I feeted in her lap, as well a harm full of potatoes just gor out of the land, a chicken ready to be plucked, or one of the snotty noses kids, that used to grow up in the street, barefooted and alone. So many times i saw her comfort them, with a gentle touch on their filthy faces, with a hug, or simply by filling their hands and pockets with fruit, potatoes or bread.

My grandma’s time was magical: there was time to teach me how to cook and how to grow a seed into a plant. But he had also time for Saint Rita, that she visited every day in the church. She brought fresh flowers, she cleanned the image or just stood there praying. In my gradma’s time there was always space to help a neighbour’s cow’s calf to born, to help to prepare some cousin’s grandaughter wardrobe, or even to help dressing for one last time a family member or a friend that just had died.

My grandmother’s hands were big and strong, and they were always covered with bruises and cuts, a reflexe of that busy life she had. But her lap was tender, soft and warm. My grandmother’s lap was made of love, of life and peace.

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